Inversão de papéis e modernização da Sanasa vividos por pai e filho
A Sanasa tinha apenas cinco anos de idade, era ainda “uma criança”, quando Delcino Moreira de Meredes ingressou, em abril de 1979, como motorista de caminhão basculante. Ao se aposentar, em dezembro de 2006, deixou um legado: o filho Moisés Meredes, atual coordenador do Domasa 1.
“A Sanasa ainda era uma firma, cresceu e se transformou em uma grande empresa”, afirma Delcino, ao recordar que, quando ingressou, ainda havia antigos funcionários do DAE, que logo depois foram realocados na Prefeitura. Nessa época, em que a tecnologia ainda estava distante do dia a dia das empresas, o trabalho executado pelos setores era praticamente todo braçal. Os caminhões basculantes, por exemplo, ainda não tinham ar-condicionado, muito menos painel eletrônico.
Delcino lembra ainda que as desobstruções nas redes de esgoto eram feitas com vara de bambu. “Os técnicos tinham que descer no poço de visita, usar a vara e subir correndo para não ser atingido pelo esgoto”, recorda. “Hoje esse trabalho é feito pelo hidrojato”, acrescenta Moisés, que entrou na Sanasa em 1997.
Anos mais tarde os papeis se inverteram, quando o filho se tornou chefe do pai no Domasa 1. “Deu certo, foi uma parceria boa, eu confiava no chefe”, brinca Delcino que, enquanto executava serviços operacionais na vala e no basculante, o filho comandava a equipe do escritório. “Quando saíamos do trabalho éramos pai e filho, aqui dentro tratava meu pai como funcionário, assim como os demais”, lembra Moisés.
Um falha hidráulica na caçamba do caminhão enquanto Delcino dirigia ficou na memória dos dois como uma das situações embaraçosas em que o filho precisou, depressa, socorrer o pai. A falha fez com que a caçamba levantasse sozinha, sem que o motorista tivesse percebido, e carregasse uma grande parte da fiação elétrica de um núcleo residencial. “Meu pai me ligou na hora e eu precisei resolver correndo a situação deixando de lado o emocional”, recorda.
Pai e filho viveram, juntos, o período em que o rádio amador, também chamado PX, era o meio de comunicação usado entre a sede e as demais unidades da Sanasa. “Todas as manhãs o diretor técnico, era o Armando Gallo na época, conversava conosco pelo rádio”, conta Moisés. Na época o Domasa 1 contava com 106 funcionários, hoje são 33. Com o tempo vieram novas tecnologias e equipamentos mais modernos. “Vimos todas essas mudanças acontecerem”, afirma Delcino com orgulho.
P-AIF – 09/08/2024