PROGRAMA DE CONTROLE DE PERDAS DE ÁGUA

O combate às perdas de água no sistema de abastecimento público é ação fundamental para manutenção ou melhoria da eficiência operacional, conforme prevê o artigo 2º, parágrafo VII – EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA, estabelecido na LEI 11.445 de 05/01/2007, além de outros impactos positivos no âmbito da sustentabilidade ambiental, com redução do uso de recurso hídrico, de produtos químicos e de energia elétrica.

As perdas de água no sistema de abastecimento público podem ocorrer desde o ponto de captação da bruta até o ponto de entrega da água tratada ao consumidor final.

O maior volume perdido de água ocorre no sistema de distribuição e pode ser dividido em duas parcelas, as denominadas perdas reais ou físicas, que ocorrem normalmente em vazamentos de redes e ramais, descargas de redes e extravasamentos de reservatórios públicos, e as perdas aparentes ou não físicas, que ocorrem devido à ineficiência na medição do consumo pelo hidrômetro (submedição), e pela falta de medição real de consumo, que pode ser causada por fraude na ligação.

A SANASA é empresa de referência no combate às perdas de água, principalmente considerando as características do sistema do município, com 4.818 km de redes e 382.901 ligações de água, até 31/12/2022, para atender a uma população urbana estimada de 1.223 milhões de habitantes (IBGE 2021).

O Programa de Controle de Perdas de Água – PCPA da SANASA, no âmbito do município de Campinas, foi iniciado em 1994 e vem atuando de forma contínua, contemplando diversas ações, para o controle e redução de perdas no sistema de abastecimento, em consonância com o PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico.

A SANASA desenvolveu seu Plano Diretor de Controle de Perdas - PDCP, levando em consideração as demandas verificadas pelos envolvidos nos processos, que direta ou indiretamente podem afetar as perdas de água, além da experiência da equipe dedicada ao tema, ao longo de quase três décadas de trabalho ininterrupto.

As ações de combate e controle de perdas estão inseridas no Plano de Ação de Controle de Perdas - PACP, revisadas anualmente com horizonte de 3 anos, e divididas em:

Ações de Base

• Cadastro Técnico;
  
  

• Tecnologia da Informação; e
  
  

• Telemetria/Telecomando – Automação.

Ações Indiretas de Controle e Redução Perdas

• Setorização;
  
  

• Macromedição;
  
  

• Monitoramento de Parâmetros Hidráulicos Vazão e Pressão;
  
  

• Modelagem Hidráulica para Combate às Perdas Físicas;
  
  

• Pesquisa de Vazamentos; e
  
  

• Qualidade de Materiais, Equipamentos e Obras.

Ações Diretas de Controle e Redução Perdas

• Micromedição;
  
  

• Combate às irregularidades nas Ligações de Água;
  
  

• Manutenção;
  
  

• Controle de Pressão;
  
  

• Readequação da Infraestrutura; e
  
  

• Ensaio de Estanqueidade.

No período de 1994 a 2022, o Programa de Controle de Perdas de Água registrou a redução do Índice de Perdas de Distribuição (IPD) de 37,7% para 20,19%, e do Índice de Perdas de Faturamento (IPF) de 34,6% para 10,73%.

A seguir, quadros com o comportamento dos principais indicadores utilizados pela SANASA, para o monitoramento e controle das perdas de água tratada.

A seguir, dados que demonstram a sustentabilidade do PCPA:

PRINCIPAIS AÇÕES DE PERDAS PRIORIZADAS A CURTO PRAZO

READEQUAÇÃO DE REDES E LIGAÇÕES DE ÁGUA

Readequação da infraestrutura de redes e ligações de água: a SANASA investe na readequação de suas redes, nas ligações e nos componentes, através da priorização de áreas com maiores índices de perda física de água provocada por rompimentos, em consequência da deterioração de materiais. O trabalho também prevê a setorização do abastecimento, o controle/redução de pressão, a padronização de ligações e a substituição de hidrômetros preparados para telemetria.

Até o ano de 2022 foram substituídos 684,6 km de redes de cimento amianto, sendo 228 km entre o período de 2021 a 2022, sinalizando a intensificação e investimento nesta ação, estando previstos mais 222 km de redes a serem substituídas entre 2023 e 2024.

Para a substituição de redes e ligações de água, a SANASA adota o Método Não Destrutivo – MND, com a instalação de tubulações soldadas em Polietileno de Alta Densidade – PEAD. Durante a execução da obra, o abastecimento de água é garantido através de tubulação aérea provisória. Essa metodologia traz como principais vantagens a redução de perdas físicas, o menor impacto ao ambiente e a preservação da mobilidade urbana, uma vez que dispensa a abertura de vala contínua. A integração da nova infraestrutura ao sistema de abastecimento é condicionada à aprovação do teste de estanqueidade, realizado por equipe própria, e à entrega do cadastro técnico.

MICROMEDIÇÃO

Combate à submedição dos volumes apurados pelos hidrômetros: a submedição dos volumes registrados pelos hidrômetros é reduzida com a utilização, em larga escala, do medidor de água tipo volumétrico, que apresenta diversas vantagens em relação ao modelo tradicional tipo velocimétrico, como por exemplo: maior sensibilidade para registrar baixas vazões; menor submedição; maior precisão metrológica; manutenção da curva de erros por maior período e maior durabilidade; e vida útil média em torno de 6 anos. Atualmente, a SANASA conta com 282.631 hidrômetros volumétricos, 74,5% do total de medidores instalados, situação que contribui diretamente para a precisão da medição dos consumos, redução das perdas por submedição e, consequentemente, recuperação de faturamento.